Humor à primeira vista

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Gabriela Barros: “O segredo do Taskmaster é que tem pessoas hilariantes a conduzi-lo. Sem Markl e Vasco o programa não teria tanto sucesso”

Musicais, teatro, séries, cinema e macacadas no Taskmaster. A atriz Gabriela Barros tem jeito para tudo, a amiga Inês Castel-Branco até diz que “nem anúncios a supermercados consegue fazer mal.” No Humor À Primeira Vista, com Gustavo Carvalho, a atriz conta o momento em que ao lado de Herman José não sabia a letra de ”Bamos Lá Cambada", explica o fenómeno do "Taskmaster" e o grande segredo para o sucesso do formato e promete participar em mais um musical em breve

O Taskmaster dá muita liberdade criativa. Tens uma premissa que já é absurda e alguém com sentido de humor consegue fazer daquilo o que quiser. Isso deve ser o mais divertido de participar no Taskmaster.
Acho que sim, mas eu não vou de manhã a pensar que tenho várias punchlines inusitadas para dizer ao abrir o envelope. E o grande segredo deste programa, que não é segredo nenhum, é que tens duas pessoas hilariantes a conduzi-lo. Não fosse isso, eu acredito muito que o programa não teria o sucesso que tem. O Markl é o maior sidekick possível num programa destes. Não puxa a graça, não está a tentar fazer uma grande laracha, ele só é de facto muito engraçado naturalmente e tem inteligência e bom gosto a fazer aquilo. E igualmente o Vasco Palmeirim a apresentar. E os textos que eles escrevem. Não é mera coincidência, não tem sucesso só porque é um programa muito tonto. É a forma como eles o conduzem que o mantém interessante durante 1 hora, o programa é longo. Depois a premissa é ótima e convém que o elenco fixo tenha graça natural e que funcione entre si. E ainda tens o convidado que é uma incógnita total.

Dos projetos de comédia em que participaste, o Taskmaster foi o que te deu mais gozo?
São tão diferentes, é impossível comparar. Ali não tens trabalho de casa a ser feito. Não é mesmo trabalho. Estou a ser paga para abrir um envelope e voltar aos meus 13 anos com autorização para fazer tudo. Com 13 anos não me deixavam fazer tudo. Aqui é para partir loiça, entrar numa piscina vestida e gritar. O "Pôr-do Sol" é um trabalho a sério. Estou a brincar, mas são de facto muito diferentes. O prazer é diferente e igualmente intenso.

Como é fazer as provas?
Tu não te sentes assim tão engraçada quando tens uma equipa inteira a olhar para ti com uma cara de cu. Parece que a equipa está a apanhar a maior seca do mundo e tu achas que eles querem que te despaches. E a tua auto-estima vai descendo. Achas que é burra, que não tens graça nenhuma, que não és assim tão boa e incrível e que na verdade nem sabes porque te convidaram - chega a este ponto.

Quando estavas grávida dizias no podcast "Debaixo da Língua", do Rui Maria Pêgo, que tinhas receio que a tua filha não tivesse sentido de humor. Com 8 meses achas que já há ali um futuro Globo de Ouro?
Sim, é denso o humor dela. Ela já responde, o que não é mau. Eu digo "brrpp" e ela responde "brrpp". Já vejo uma reciprocidade. Um humor de grau elevadíssimo. Espero que sim, se não ela não tem outra hipótese que não sair de casa.

O sentido de humor é muitas vezes a linguagem que usamos socialmente para nos entrosarmos. Achas que isso é algo que ela pode ganhar ou que nasce connosco?
Eu acho que sou muito fruto da minha família. O meu pai é muito engraçado, a minha mãe, o meu tio, a minha avó. Acho que sou fruto do ambiente em que cresci. Tenho esperanças que esta garota... Estou a brincar.

É importante para ti que ela tenha esse sentido de humor?
Mas sim, sobretudo que eu não tenha que lhe explicar uma piada. O ter de lhe explicar que estou a fazer uma piada vai matar-me (risos)

Gustavo Carvalho entrevista pessoas para quem a comédia é paixão e profissão. Oiça aqui mais episódios:

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