Ana Jorge queria processar o primeiro-ministro e a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, por calúnia e difamação, e tentou impugnar a exoneração do cargo de provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
A notícia é avançada pelo jornal Nascer do Sol, que adianta ainda esta estratégia não teve o apoio da maioria da mesa da Santa Casa.
O jornal revela ainda que o Governo deu a opção a Ana Jorge de se demitir, mas que esta recusou.
Numa carta enviada aos trabalhadores, confessa-se desiludida e diz que a exoneração foi justificada pelo Governo de forma sobranceira e caluniosa.
Na sequência da exoneração, Ana Jorge e Edmundo Martinho vão ser ouvidos no Parlamento, assim como a antiga ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
Governo acusou Ana Jorge de “atuações gravemente negligentes”
Para justificar a exoneração, o Governo acusou a provedora e os elementos da mesa de "atuações gravemente negligentes" que afetaram a gestão da instituição.
O Governo entendeu que falta "um plano de reestruturação financeira, tendo em conta o desequilíbrio de contas entre a estrutura corrente e de capital" e que Ana Jorge não conseguiu apresentar esse plano "desde que tomou posse até agora".
Ana Jorge tomou posse em 2 de maio de 2023, escolhida pelo anterior Governo socialista de António Costa, e herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, depois dos anos de pandemia e de um processo de internacionalização dos jogos sociais, levado a cabo pela administração do provedor Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros.